À côté

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Mulheres que esperam, que se enfeitam, que se animam, que desabam por vezes, que esperam sempre. Na pequena casa da associação Ti-Tomm, grudada no muro da penitenciária de homens em Rennes, espera-se a hora da visita. As famílias chegam adiantadas, sempre. Alguns segundos de atraso e a porta da prisão vai ficar fechada. Vai-se uma, duas, três vezes por semana, a cada semana, durante meses e até anos. Na maioria, são mulheres, essas penélopes dos tempos modernos vivem ao ritmo do homem delas na sombra. O tempo é suspenso, a vida é como parada. O arbitrário da prisão, as transferências, as proibições são o cotidiano delas. Fazendo a escolha de ficar decididamente ao lado da prisão – do lado das famílias – o filme propõe paradoxalmente uma abordagem eminentemente frontal do que é a realidade carcerária. A prisão em relevo. A vida sem o outro. Mas, com certeza, não paralela à vida.

• Prisão